domingo, 5 de setembro de 2010

A culpa é do céu

Dias frios e cinzentos sempre me causaram uma estranha sensação de carência e nesta tarde, encontro em pequenos prazeres a droga que preciso para acalmar meus anseios.

Fecho os olhos e canto para amores que não existem, danço para me sentir mais leve e mais protegida pelas mãos de quem conduz, escrevo para externar sentimentos confusos e contraditórios, leio para afastar a solidão que se aboletou em meu sofá sem a menor cerimônia.

Minhas mãos passeiam pelo braço de um violão, os dedos tocam as cordas com precisão e os sons saem claros, bonitos e passeiam pela sala fazendo ecoar dentro do meu ser sensações que são traduzidas em lágrimas. Lágrimas que não são sinônimos de tristeza, mas de libertação daquilo que sufoca.

Deixo a imaginação me dominar fazendo poesias que me levem para onde eu gostaria de estar realmente.

Saio e dirijo pela cidade completamente sem rumo. Ruas vazias, avenidas sem fim, uma música de fundo e pensamentos tentando encontrar alguma resposta.

E cada pequeno prazer se faz necessário para anestesiar os efeitos de um dia nublado.

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