domingo, 30 de janeiro de 2011

Os artigos que ensinam a arte da sedução

Acabo de ler uma reportagem sobre sedução. Entre os números indicados nas pesquisas, as dicas para conquistar pessoas realmente foram "incríveis". Entre elas estão: "passe a cantada no ouvido direito", "ofereça àlcool à mulher", procure pessoas mais espiritualizadas e sem formação acadêmcia", "coma mais melancia"....... li também uma reportagem na Isto É independente onde basicamente se define uma pessoa sedutora pela sua beleza física e ponto.

Não sou eu que vou duvidar da ciência, é fato que a voz seduz ou afasta, a beleza atrai, um cabelo bonito faz a diferença e existem percepções que o nosso cérebro faz ao entrar em contato com alguém que nos atraia que realmente nem sabemos que pode estar acontecendo. Só acho engraçado os manuais prontos da arte da conquista."Faça isto, faça aquilo." "Mulheres que fazem academia estão sujeitas à mais orgasmos", "homens com ombro largos são assim ou assado"..... é patético. Não que não faça qualquer sentido, até faz, pois nosso cérebro é mesmo incrível, mas o que é patético é que nunca vi nenhum artigo aconselhar um básico "seja você mesmo".

O amor, a paixão, o tesão, a atração não são lógicos, não cabem em manuais, não condizem com regras. A atração até pode se dar num primeiro momento por conta de um belo ser diante dos olhos, mas o envolvimento real vai além do que se vê. A personalidade, o toque, o jeito, o papo, as afinidades, a capacidade de despertar a admiração, a educação, o beijo, o charme (que não está ligado à beleza física)são algumas das inúmeras possibilidades de se encontrar alguém que desperte um "uau" interno!

Existem coisas que não podem ser racionalizadas. Elas simplesmente acontecem. E por vezes, podemos nos atrair por pessoas completamente fora dos nossos próprios padrões. As pessoas são diferentes, as situações são diferentes e tudo que envolve o ser humano não pode ser calculado como uma equação matemática.

Se alguém quer saber como conquistar alguém, ao invés de seguir regras de comportamento de capa de revista, poderia investir em aprender a conhecer o outro sem pré julgamentos, a ouvir, a se mostrar como é e deixar que as coisas aconteçam por si mesmas. Mas talvez, esta visão seja um pouco romantizada, talvez o que valha para a maioria é mesmo investir em conquistas de uma noite sem se apofundar nos relacionamentos. E a verdadeira arte da sedução tenha virado apenas uma aula de contabilidade.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Esperar demais...

Como qualquer outra pessoa, me relaciono com pessoas o dia todo, todos os dias. E por mais que ao longo da vida você aprenda que não se pode esperar muito, é difícil não esperar. Não falo somente de relacionamentos amorosos, mas do ato de se relacionar, seja como for e com quem for.

Muitas vezes já até sabemos que atitude esperar de alguém, especialmente de pessoas com quem já nos decepcionamos alguma vez, mas motivados pelos sentimentos que temos por tal alguém, cultivamos a esperança pela reciprocidade, pelo melhor. E o resultado que nada nos surpreende acontece, nos sentimos decepcionados.... mais uma vez. E não adianta nada além de esperar o desapontamento passar, pois não se pode obrigar ninguém a ter atitudes de acordo com as nossas vontades e expectativas. Ninguém é como gostaríamos que fosse.

Expectativa tem a ver com aquilo que nós desejamos e não com o que o outro de fato, pode ou quer nos oferecer. Entender isto, é fundamental para evitar sofrimentos.

Sinto que com o passar do tempo aprendemos a lidar melhor com a regra "não espere demais" e ao invés de não criar expectativas, criamos uma defesa. Não é que não esperamos, é que não nos surpreende mais as ações negativas do outro. Ficamos tão defensivos que passamos a desconfiar das boas ações e quando alguém se mostra bom demais, usamos a armadura do "quando a esmola é demais o santo desconfia".

Para evitar aborrecimentos, eu procuro não ficar tentando adivinhar, confiar, desconfiar ou criar uma imagem. Acredito que as pessoas se mostram ao longo do tempo. E isto, geralmente não falha. Pequenas atitudes atravessam qualquer máscara social e se pode perceber além das aparências muito do que se esconde em cada ser. Mas não é regra, pois, se tem algo difícil de se compreender é o comportamento humano.

Sinto que cada vez mais faço menos questão de tentar entender os porquês. Fico ainda chateada embora não cobre nada de ninguém, mas sigo uma certeza.... se as pessoas não têm as atitudes que gostaríamos que elas tivessem é porque não está em seus corações a vontade de agir de determinada maneira e se não está em seus corações, nada podemos fazer a respeito. Gostaria apenas que a coragem de ser verdadeiro, simples e objetivo fossem qualidades intrínsecas ao ser humano. Assim, cada um se mostra como é e cabe aos outros aceitá-lo assim ou apenas respeitá-lo assim.