terça-feira, 20 de julho de 2010

A cidade onde vivo


A cidade onde vivo deveria ser muito mais bem tratada
Crianças na rua deveriam representar a liberdade que já nos foi roubada
Haveria menos pressa e muito mais verde
Seria tão perfeita como os versos de Caetano, como a voz dos cantores líricos
Não haveria nas ruas a tristeza que se vê e finge que não está lá
As pessoas poderiam dizer bom dia!!
Haveria gentileza no trânsito ou quem sabe nem houvesse trânsito
Os sorrisos, a receptividade, o calor estariam sempre presentes
As senhorinhas teriam sempre com quem conversar no banco da praça
A política nos encheria de orgulho e a violência não seria tão banal
A cidade onde vivo teria escolas entre as melhores do país, quiçá do mundo
A cultura nasceria junto com nossos inocentes bebês
Poderíamos ir aos estádios torcer pelo time do coração sem correr o risco de não voltar para casa
As noites seriam apenas deliciosamente misteriosas e poderíamos até respeitar os faróis
Não temos mar, mas poderíamos ter mais fontes e acalmar nossas almas no barulho das águas
"A cidade onde vivo" é um sonho, uma fantasia, um devaneio de uma alma carente de paz e felicidade coletiva
Ahh São Paulo, quem me dera os sonhos pudessem sempre se tornar realidade.


Por Daise Almeida

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Simples assim


Você já olhou pela janela hoje? Já abriu a porta, já foi na rua? Que sol lindo, que dia lindo. Adoro feriado, não só pelo ócio...rs, mas adoro esse clima de São Paulo no feriado. Adoro sentir o sol queimando a pele. E hoje já agradeci sabe pelo que? Por poder enxergar.


É..... hoje tudo que me fez feliz foi saber que posso enxergar a natureza. Posso ver os bichos. As pessoas. Posso olhar para o céu. É claro que se eu não pudesse ver, ainda assim poderia sentir. Mas então agradeci dentro do contexto em que estou.


Agora sim, além de ver eu posso sentir. E um feriadão é sinônimo de viagem, de farra, de cerveja, de bons momentos com o pessoal. Não viajei, mas só esse clima de oba-oba já me deixa assim... bem.


Eu penso que é preciso tão pouco para ser feliz.


E enquanto tem gente que é assim, "simplão", tem outros que passam uma vida buscando só a riqueza material, usando pessoas, dando valor à coisas, matando por dinheiro, pisando no colega do trabalho, pensando em fazer o mal ou se vingar de alguém. Tem gente que vive sem amar. Sem dizer bom dia. Ah quanta gente chata tem por aí. Meu, tem gente que não dança por vergonha. Qua não faz amigos, que só faz sexo mas nunca fez amor. Tem gente que nem sabe abraçar, andar de mãos dadas. Tem gente que nunca sentou no chão, na calçada pra jogar conversa fora. Tem gente que só reclama. Conheço gente que não chora. Eu conheço um cara que não ri e quando pergunto o porquê, ele diz que é porque foi muito maltratado pela vida e não tem motivos para sorrir. Tem gente que não esquece, não perdoa. Basta ligar o jornal e ver do que as pessoas são capazes.


É por isso que além de se agradecer por aquilo quem tem, é preciso agradecer por aquilo que somos. Por poder dormir com a consciência tranquila, independentemente do que se ganha ou perde. E de verdadeiramente poder viver mesmo com todas as dificuldades que a vida oferece. De ter um coração. De ser bobo. De ser do bem.


Hoje eu agradeço o fato de poder enxergar com a visão e com a alma. De poder sentir e do meu jeito simples, viver. De poder abrir a janela e achar que a vida é perfeita só porque está sol lá fora.

A lista

Ontem saí com um pessoal, nada demais.... um videokê pra variar...rs.. e aí lá encontrei uma velha amiga. Pouco tempo atrás eramos como amigas de infância, convivíamos, sabíamos todos os passos uma da outra. Nos divertíamos, havia tantas afinidades...

E ontem, eu estava lá me acabando de cantar, de dançar e ela entrou. Disse oi. Ficamos naquela de abraço, não abraço. Saiu um abraço meio sem graça, como se tivessemos sido apresentadas ali, naquela hora. Ela voltou, sentou-se à mesa com seu grupo e só a vi novamente quando eu fui embora.


Dei aquele sorrisinho muito do sem graça depois de ouvir "Tchau... a gente se fala". Arggg... como odeio essa frase... essa e "se cuida" na minha memória estão gravadas como "Opa, não nos veremos mais a não ser que a gente se esbarre por aí..."


Então pensei... a vida é isso aí mesmo? As pessoas se encontram, trocam experiências e nunca mais? Porque não conseguimos manter os laços por toda uma eternidade? E ainda culpamos a correria do dia a dia. Eu realmente não entendo porque deixamos as pessoas irem embora.... é muito louco.... Quantas passam pelas nossas vidas e quantas permanecem? A pergunta não é nova, mas é muito condizente com o momento. Caramba, havia tantas histórias, tantas risadas, tantos momentos só nossos e agora é isso... oi e tchau, a gente se fala. É assim com amigos, com os colegas do trabalho, com ex amores, é assim...rs


E isso me lembra uma música feita para pensar:


A Lista


"Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você? "


Oswaldo Montenegro


Meu Deus, o tempo passa. As coisas passam, perdem a importância. Mudam. Mas nem tudo deveria mudar, como por exemplo, os relacionamentos. Mesmo os mais intensos com o tempo, tornam-se lembranças. E só isso.


Ah... tá bom eu sei que sou saudosista, sensível e todas essas bobagens aí...rs.... mas ainda assim nem tudo na vida deveria passar como se fosse apenas uma ventania. São pessoas. São histórias. São sentimentos.